A obesidade mórbida, também chamada de obesidade grau III, é uma condição de saúde crônica, multifatorial e com muitos impactos na qualidade de vida. Ela se caracteriza por um IMC acima de 40, ou acima de 35 quando há doenças associadas como hipertensão ou diabetes tipo 2.
Ainda que o Índice de Massa Corporal (IMC) seja bastante usado como parâmetro, é importante lembrar que ele não é uma medida absoluta da saúde. Ele desconsidera fatores como composição corporal e distribuição de gordura. Hoje, outros métodos, como o Índice de Redondeza Corporal (BRI), podem auxiliar nesse diagnóstico, uma vez que oferecerem uma análise mais precisa e individualizada.
Continue a leitura para entender mais sobre essa condição!
Quais as causas da obesidade mórbida?
Ao contrário do que muitos imaginam, a obesidade mórbida não se resume à ingestão excessiva de calorias. Ou seja, ela é resultado de uma interação entre fatores biológicos, comportamentais, emocionais, ambientais e sociais.
Assim sendo, a genética e a epigenética podem influenciar a forma como o corpo armazena energia. Outro ponto que merece atenção são as doenças que afetam o metabolismo e contribuem para o ganho de peso. Além disso, certos medicamentos, como antidepressivos ou corticoides, podem provocar alterações no apetite e no acúmulo de gordura corporal.
Mas há ainda algo que muitas vezes passa despercebido, que é o ambiente em que vivemos. Basta observar a oferta abundante de alimentos ultraprocessados e o sedentarismo imposto por rotinas exaustivas — todos esses fatores têm seu impacto. Somam-se a isso o estresse crônico, as alterações hormonais e os fatores emocionais, como a compulsão alimentar.
Quais são os principais riscos à saúde?
É importante ter em mente que a obesidade mórbida é uma condição que aumenta significativamente o risco de outras doenças graves, comprometendo diversos sistemas do corpo. Antes de listar essas complicações, vale destacar que não se trata apenas de peso, mas é uma questão de funcionamento do organismo sob sobrecarga.
Com o tempo, o excesso de gordura interfere no metabolismo, na respiração, no sono, no sistema cardiovascular e até na fertilidade. Entre os principais riscos, estão:
- diabetes tipo 2 e resistência à insulina;
- hipertensão e doenças cardíacas;
- apneia do sono e distúrbios respiratórios;
- osteoartrite e dores crônicas nas articulações;
- doenças do fígado e cálculos biliares;
- alguns tipos de câncer, como de mama, intestino e endométrio;
- distúrbios hormonais e infertilidade;
- depressão, ansiedade e isolamento social;
- síndrome metabólica;
- redução da expectativa de vida.
É comum que essas complicações se instalem de forma silenciosa, sendo percebidas apenas quando já estão avançadas. Daí a importância de buscar acompanhamento médico o quanto antes.
Como tratar e conviver com a obesidade mórbida?
O tratamento da obesidade mórbida precisa ser integrado, individualizado e contínuo. Não é uma questão de seguir uma dieta da moda ou iniciar exercícios de forma isolada. Mas o cuidado envolve ajustes no estilo de vida, suporte emocional e, em alguns casos, intervenções médicas e cirúrgicas.
A mudança começa com a reeducação alimentar e a introdução gradual de atividades físicas adaptadas. Além disso, o apoio psicológico é essencial para lidar com padrões comportamentais, baixa autoestima e estigma social.
Para casos mais graves, medicamentos antiobesidade podem ser prescritos, sempre com supervisão médica. E, quando outras abordagens não surtem o efeito desejado, a cirurgia bariátrica pode ser indicada. Ela modifica o sistema digestivo para reduzir a ingestão e a absorção de alimentos, contribuindo para uma perda de peso mais duradoura. No entanto, exige preparo, responsabilidade e acompanhamento multidisciplinar no pós-operatório.
O mais importante é compreender que a obesidade mórbida é uma doença, e não uma falha pessoal. Portanto, enfrentá-la exige informação, apoio e um plano de cuidados realista, com passo a passo e metas sustentáveis.
Quer continuar aprendendo sobre saúde metabólica e emagrecimento com responsabilidade? Leia também o artigo “Obesidade sarcopênica: o que é e como superar esse desafio”.