Você provavelmente já ouviu falar do IMC (Índice de Massa Corporal), uma medida simples e rápida usada há décadas para avaliar se uma pessoa está com o peso adequado. Mas com o avanço da ciência, surgem novas formas de entender melhor o corpo — e uma delas é o Índice de Redondeza Corporal (IRC).
Essa nova abordagem promete oferecer uma visão mais precisa sobre a saúde metabólica e os riscos associados à gordura abdominal. Mas será que ela realmente substitui o IMC? A seguir, apresento os pontos principais para entender as diferenças, vantagens e limitações dessa nova métrica.
O que é o Índice de Redondeza Corporal e como ele funciona?
O IRC (ou BRI – Body Roundness Index) é uma medida criada em 2013 que considera altura e circunferência da cintura para estimar a forma do corpo e a distribuição de gordura. Ele avalia principalmente a gordura visceral, ou seja, aquela que se acumula ao redor dos órgãos e está diretamente ligada a maiores riscos de doenças crônicas.
A lógica por trás do índice se baseia em um conceito geométrico chamado “excentricidade”, usado por Johannes Kepler para descrever órbitas planetárias. Aplicado ao corpo humano, o índice revela o quão “redondo” ele é: quanto mais arredondado, maior a chance de acúmulo perigoso de gordura abdominal.
Vantagens do IRC em relação ao IMC
Embora o IMC seja fácil de calcular, ele não diferencia gordura de massa muscular, nem mostra onde a gordura está concentrada. Isso pode gerar interpretações equivocadas — por exemplo, atletas com alta massa muscular podem ser classificados como obesos.
O IRC oferece algumas vantagens importantes:
- maior precisão na avaliação da gordura abdominal, considerada a mais perigosa para a saúde;
- melhor capacidade de prever riscos de mortalidade, já que estudos mostram que pessoas com IRC muito baixo ou muito alto têm maior risco de morte;
- aplicação prática, podendo ser calculado com ferramentas simples, a partir da altura e da medida da cintura (e, opcionalmente, do quadril).
O IRC pode substituir o IMC?
Apesar de suas vantagens, o IRC ainda não substitui o IMC como padrão clínico. O IMC continua sendo uma ferramenta útil, especialmente em avaliações de grandes populações, por sua simplicidade e baixo custo.
No entanto, o IRC tem se mostrado um excelente complemento para diagnósticos mais completos, especialmente em consultórios médicos e estudos sobre obesidade. Ainda há desafios para sua adoção mais ampla — inclusive por conta do nome, como apontou a endocrinologista Beverly Tchang, que alerta para possíveis interpretações negativas associadas ao termo “redondeza”.
O Índice de Redondeza Corporal é uma ferramenta interessante e que oferece uma leitura mais apurada da saúde corporal, em especial no que diz respeito à gordura abdominal. Ele não substitui totalmente o IMC, mas vem ganhando força como aliado na personalização de diagnósticos e estratégias de prevenção.
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